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O Julgamento de Jesus Cristo, O Messias – Parte 01/03

Atualizando alguns conceitos pretéritos, iniciamos essa reflexão afirmando que há dois grandes defensores dos direitos humanos sobre a crucificação do Messias, a lei judaica e a romana. Estas se encontram na mais trágica aplicação injusta no julgamento de Jesus Cristo, o Messias.

Os líderes judeus estavam obscurecidos por sua determinação de se livrarem de Jesus, e o governador romano rendeu-se ao temor de represálias. Juntos eles representam tanto o mundo religioso quanto o secular, mundos que, muito frequentemente, são arrastados por interesses egoístas para a rejeição do seu SENHOR.

1 – Julgamento judeu: O propósito dos líderes judeus era “prender Jesus, em segredo, e matá-lo, conforme Mateus 26.1-5: 1 Quando Jesus terminou de falar todas essas coisas, disse a seus discípulos: 2 “Como vocês sabem, a Páscoa começa daqui a dois dias, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado”. 3 Naquela mesma hora, os principais sacerdotes e líderes do povo estavam reunidos na residência de Caifás, o sumo sacerdote, tramando uma forma de prender Jesus em segredo e matá-lo.5  “Mas não durante a festa da Páscoa, para não haver tumulto entre o povo”, concordaram entre eles. g.n.

Este, não a legalidade, foi o princípio dominante do julgamento e a razão para as muitas irregularidades.

1.1– Avaliação preliminar: Enquanto o Sinédrio se reunia, Jesus foi mantido na casa de Anás, sumo sacerdote anterior e participante da dignidade e poder do ofício com Caifás, seu genro.

Diferente de um julgamento regular, Jesus foi interrogado a respeito dos seus discípulos e doutrina, conforme descrito por João 18.19-24: 19 Lá dentro, o sumo sacerdote começou a interrogar Jesus a respeito de seus discípulos e de seus ensinamentos. 20 Jesus respondeu: “Falei abertamente a todos. Ensinei regularmente nas sinagogas e no templo, onde o povo se reúne. 21 Por que você me interroga? Pergunte aos que me ouviram. Eles sabem o que eu disse”. 22 Um dos guardas do templo que estava perto bateu no rosto de Jesus, dizendo: “Isso é maneira de responder ao sumo sacerdote?”. 23 Jesus respondeu: “Se eu disse algo errado, prove. Mas, se digo a verdade, por que você me bate?”. 24 Então Anás amarrou Jesus e o enviou a Caifás, o sumo sacerdote. g.n.

O propósito era obter evidência para o julgamento. Jesus insistiu, de fato, que o julgamento começa com o interrogatório de testemunhas, não com a investigação do acusado, conforme se observa nos versos 20 e 21 do texto acima. As acusações devem vir antes das respostas.

2 – O julgamento noturno: A rapidez era importante, embora ilegal. Jesus tinha de ser condenado ante que seus amigos pudessem se reunir. Os portões do Templo ficavam fechados durante a noite. O pátio quadrangular do sumo sacerdote serviu como alojamento informal e emergencial.

Ao lado do pátio central aberto, estava um quarto grande isolado apenas por pilares. Aqui eles se reuniram, exatamente do lado do pátio do apartamento de Anás.

Enquanto o Sinédrio se reunia, os principais sacerdotes trabalharam freneticamente para encontrar e treinar/instruir testemunhas. Embora cuidadosamente instruídas e solenemente juradas, as testemunhas perjuras não conseguiram concordar. Vide o textos Marcos 14.56: Muitas testemunhas falsas deram depoimentos, mas elas se contradiziam. g.n. Não Obstante, temos positivado por Moisés em Deuteronômio 19.15, a seguinte vedação: Não condenem alguém por um crime ou delito com base no depoimento de apenas uma testemunha. Os fatos a respeito do caso devem ser confirmados pelo depoimento de duas ou três testemunhas. g.n.

Jesus tratou esta fase do julgamento com desdém silencioso.

Num lance de desespero, o sumo sacerdote pôs Jesus sob juramento, embora soubesse que custaria sua vida, conforme observamos em Mateus 26.65-66: 65 Então o sumo sacerdote rasgou as vestes e disse: “Blasfêmia! Que necessidade temos de outras testemunhas? Todos ouviram a blasfêmia. 66 Qual é o veredicto?”. “Culpado!”, responderam. “Ele merece morrer!”

O assunto estava esclarecido. A condenação de Jesus pelo tribunal judeu girou em torno desta reivindicação. Por meio de um artifício engenhoso, Caifás fez de cada membro do Sinédrio, inclusive ele mesmo, uma testemunha oficialmente aceita.

Visto que Jesus, um homem, não podia ser Deus, eles tomaram por certo que era um blasfemo merecedor da morte. Jesus foi condenado por consentimento comum, mas não sentenciado.

O grupo caiu em desordem. Alguns cuspiram em Jesus, outros o golpearam, conforme narrado em Marcos 14.65: 65 Então alguns deles começaram a cuspir em Jesus. Vendaram seus olhos e lhe deram socos. “Profetize para nós!”, zombavam. E os guardas lhe davam tapas enquanto o levavam.

3 – A sessão matutina: O julgamento da sexta-feira, ao amanhecer, era para dar aparência de legalidade à decisão do julgamento noturno e para preparar a apresentação do assunto a Pilatos.

O sumo sacerdote começou novamente o julgamento eliminando as partes que haviam sido infrutíferas. Jesus foi interrogado diretamente pelo tribunal, e novamente ele testemunhou que era Filho de Deus. Todos alegaram testemunhar a blasfêmia. Todos se levantaram e o conduziram a Pilatos, conforme descrito em Lucas 22.66 e 23.1: 66 Ao amanhecer, todos os líderes do povo se reuniram, incluindo os principais sacerdotes e os mestres da lei. Jesus foi conduzido à presença desse conselho. 23.1:1 Então todo o conselho levou Jesus a Pilatos.

A blasfêmia ainda era a única acusação.

 

 

 

O respectivo trabalho foi extraído e adaptado da obra: Enciclopédia da Bíblia/Vários autores; tradução da Equipe de colaboradores da Cultura Crista. 1ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. Vol.3, págs. 795-796.

 

Os textos bíblicos foram extraídos da Bíblia NVT – Nova Versão Transformadora.

 

Para aqueles que almejam se aprofundar no tema, deixo como recomendações as seguintes bibliografias:

 

CARNEIRO, Marcelo da Silva. Evangelho de Nicodemos (Atos de Pilatos): descida de Cristo ao Inferno. São Paulo: Editora Paulus, 2022. E-Book.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de bíblia, teologia e filosofia. vol. 3. São Paulo: Hagnos, 2014.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 2005. – Ver verbete: Jesus (Cristo, O Senhor).

MCDOWELL, Josh. Evidência que exige um veredito: evidência histórica da fé crista. 2. ed. – São Paulo: Editora Candeia, 1996. – Volumes 1 e 2.

Ozeas Sousa

Bacharel em Teologia e professor de diversas matérias teológicas. Compartilho conhecimentos há mais de 26 anos em Seminários e Institutos Bíblicos, EBD (Escola Bíblica Dominical); minha segunda graduação é ciência jurídica.

Gosto de filmes/séries; ávido leitor, sobretudo de literatura teológica, filosofia, ficção científica, história. Casado e pai de três filhos!

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