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O Julgamento de Jesus Cristo, O Messias – Parte 02/03

Essa reflexão é a parte 02 sobre o Julgamento de Jesus Cristo, o Messias. Para uma melhor compreensão, leia a parte 01 antes de prosseguir.

Conforme vimos na parte 01, Jesus estava condenado, mas não sentenciado. Como um júri, eles trouxeram o veredicto de culpado, mas somente Roma poderia legalmente dar a sentença de morte.

1 – Tentativa de subterfúgio: Os judeus sugeriram energicamente que Pilatos deveria conceder a eles o direito de julgamento e exercer apenas seu direito de execução. Às vezes isto era feito por governadores romanos, por indolência ou como um favor, especialmente em questões religiosas. Pilatos não estava a fim de se render e tiveram o seguinte diálogo: 29 Então o governador Pilatos foi até eles e perguntou: “Qual é a acusação contra este homem?”. 30 Eles responderam: “Não o teríamos entregue ao senhor se ele não fosse um criminoso”. 31 “Então levem-no embora e julguem-no de acordo com a lei de vocês”, disse Pilatos. “Só os romanos têm direito de executar alguém”, responderam os líderes judeus. – João 18.29-31.

2 – Acusações: Se Jesus devia ser julgado e condenado por Roma, um novo processo devia ser instaurado. Roma, por sua vez, não estava interessada em blasfêmia. Forçado contra a sua vontade e expectativa a formular uma acusação, os judeus começaram a lançar veementes acusações.

Havia três acusações principais: (i) perverter a nação, (ii) impedir o pagamento de tributos e (iii) dizer que Ele é rei, conforme descrito em Lucas 23.2: 2 Começaram a apresentar o caso: “Este homem corrompe o nosso povo, dizendo que não se deve pagar impostos ao governo romano e afirmando ser ele próprio o Cristo, o rei”.

Apenas a terceira acusação impressionou Pilatos. Se fosse verdadeira, Jesus poderia ser culpado de traição. Nesse caso, ele devia morrer. Roma não reconhecia nenhum crime maior do que a traição.

3 – Jesus é interrogado por Pilatos: Pilatos retornou ao Pretório para interrogar Jesus. Ele admitiu que era rei, mas explicou a Pilatos que não era o tipo de rei que buscava subverter o governo. Sua autoridade estava no reino da verdade: 33 Então Pilatos entrou novamente no palácio e ordenou que trouxessem Jesus. “Você é o rei dos judeus?”, perguntou ele. 34 Jesus respondeu: “Essa pergunta é sua ou outros lhe falaram a meu respeito?”. 35 Acaso sou judeu?”, disse Pilatos. “Seu próprio povo e os principais sacerdotes o trouxeram a mim para ser julgado. Por quê? O que você fez?” 36 Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se fosse, meus seguidores lutariam para impedir que eu fosse entregue aos líderes judeus. Mas meu reino não procede deste mundo”. 37 Pilatos disse: “Então você é rei?”. “Você diz que sou rei”, respondeu Jesus. “De fato, nasci e vim ao mundo para testemunhar a verdade. Todos que amam a verdade ouvem minha voz.”  g.n. – João 18.33-37.

Pilatos, estando satisfeito, saiu aos judeus e pronunciou as palavras de absolvição: 38 Pilatos perguntou: “Que é a verdade?”. Depois que disse isso, Pilatos saiu outra vez para onde estava o povo e declarou: “Ele não é culpado de crime algum. g.n. – João 18.38.

Se a justiça fosse objetiva, a declaração de Pilatos teria terminado o julgamento.

4 – Encaminhamento para Herodes: Quando os judeus gritaram todas as demais acusações, Pilatos teve medo de um obstáculo intransponível.

Finalmente, surge uma palavra, com tom quase mágico para livrar Pilatos desse embrolho: Galileia.

Herodes Antipas estava na cidade. Por que não lhe oferecer a honra e o perigo de continuar o processo? O gesto foi apreciado por Herodes, mas ele era astuto demais para se deixar envolver num julgamento de traição. Ele tratou Jesus como um artista de teatro barato e zombou dele quando não atendeu aos desejos do tribunal. Nenhum propósito legal foi atingido.

5 – Jesus ou Barrabás: O subterfúgio não resolveu o problema de Pilatos. Jesus voltou a Pilatos. Este tentou mais duas vezes conseguir o consentimento para a libertação de Jesus, conforme descrito em Lucas 23.13-23: 13 Então Pilatos reuniu os principais sacerdotes e outros líderes religiosos, juntamente com o povo,14 e anunciou seu veredicto: “Vocês me trouxeram este homem acusando-o de liderar uma revolta. Eu o interroguei minuciosamente a esse respeito na presença de vocês e vejo que não há nada que o condene.15 Herodes chegou à mesma conclusão e o enviou de volta a nós. Nada do que ele fez merece a pena de morte.16 Portanto, ordenarei que seja açoitado e o soltarei”.17 (Era necessário libertar-lhes um prisioneiro durante a festa da Páscoa.) 18 Um grande clamor se levantou da multidão, e a uma só voz gritavam: “Mate-o! Solte-nos Barrabás!”.19 Esse Barrabás estava preso por ter participado de uma revolta em Jerusalém contra o governo e ter cometido assassinato.20 Pilatos discutiu com eles, pois desejava soltar Jesus.21 Eles, porém, continuaram gritando: “Crucifique-o! Crucifique-o!”.22 Pela terceira vez, ele perguntou: “Por quê? Que crime ele cometeu? Não encontrei motivo para condená-lo à morte. Portanto, ordenarei que seja açoitado e o soltarei”. 23 A multidão gritava cada vez mais alto, exigindo que Jesus fosse crucificado, e seu clamor prevaleceu.

6 – A sentença: O compromisso se tornou impossível. Pilatos tinha de libertar Jesus a todo custo ou crucificá-lo a qualquer preço. Finalmente, o medo da chantagem judaica tornou-se maior do que seu senso de justiça. Pilatos não estava disposto a encarar seu relato perante César. Para aquietar os judeus, Pilatos crucificou Jesus, o Cristo, conforme a seguinte descrição: 16 Então Pilatos lhes entregou Jesus para ser crucificado. E eles levaram Jesus. – João 19.16.

Tendo como desfecho do relato Bíblico, mesmo de forma tardia, à seguinte conclusão: 5 4 O oficial romano e os outros soldados que vigiavam Jesus ficaram aterrorizados com o terremoto e com tudo que havia acontecido, e disseram: “Este homem era verdadeiramente o Filho de Deus!”. g.n. Mateus 27.54.

 

 

 

O respectivo trabalho foi extraído e adaptado da obra: Enciclopédia da Bíblia/Vários autores; tradução da Equipe de colaboradores da Cultura Crista. 1ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. Vol.3, págs. 795-796.

 

Os textos bíblicos foram extraídos da Bíblia NVT – Nova Versão Transformadora.

 

Para aqueles que almejam se aprofundar no tema, deixo como recomendações as seguintes bibliografias:

 

CARNEIRO, Marcelo da Silva. Evangelho de Nicodemos (Atos de Pilatos): descida de Cristo ao Inferno. São Paulo: Editora Paulus, 2022. E-Book.

CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de bíblia, teologia e filosofia. vol. 3. São Paulo: Hagnos, 2014.

GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. São Paulo: Editora Vida, 2005. – Ver verbete: Jesus (Cristo, O Senhor).

MCDOWELL, Josh. Evidência que exige um veredito: evidência histórica da fé crista. 2. ed. – São Paulo: Editora Candeia, 1996. – Volumes 1 e 2.

Ozeas Sousa

Bacharel em Teologia e professor de diversas matérias teológicas. Compartilho conhecimentos há mais de 26 anos em Seminários e Institutos Bíblicos, EBD (Escola Bíblica Dominical); minha segunda graduação é ciência jurídica.

Gosto de filmes/séries; ávido leitor, sobretudo de literatura teológica, filosofia, ficção científica, história. Casado e pai de três filhos!

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